quarta-feira, 3 de novembro de 2010

PresidentA

Filhinha querida,

Nesse final de semana tivemos eleição presidencial e o Brasil elegeu sua primeira presidente mulher.

Quase que esse acontecimento passou batido no seu blog, mas é um fato importante e mesmo um pouco atrasado resolvi registrar.

A tia Dani, mãe da Helena, escreveu um texto bem legal sobre o que aconteceu. Gostei e concordei tanto com ela que resolvi reproduzi-lo aqui.

Faço as dela, minhas palavras:


Filhota, há dois dias tivemos eleição presidencial aqui no Brasil. Sim, você nasceu em ano de eleição para presidente. Fomos juntas votar, e você ficou na entrada da sala esperando com o papai enquanto a mamãe votava (não vejo a hora de poder deixar você apertar o botão verde da urna, acho que você vai amar).

O resultado é que, há dois dias, o país elegeu uma mulher para presidente.

Quando você já tiver idade para ler este post, espero que ache um fato absolutamente banal uma mulher ser presidente do Brasil, e que não entenda porque eu achei que deveria registrar esta eleição.

Mas é que, filha, isto não é um fato banal. Pelo menos não por enquanto. Apenas em 1932 a mulher brasileira conquistou o direito de votar. Acredita, filha? Nem cem anos atrás! E foram necessários mais muitos anos para que as mulheres efetivamente começassem a participar da vida política do país, de fato. Prefeitas, deputadas, senadoras. Isto tudo é bem recente, eu consigo me lembrar das primeiras vezes em que mulheres foram eleitas para alguns destes cargos.

E me lembro também das baixarias que rolavam nas campanhas, com os outros candidatos fazendo acusações e piadinhas absolutamente sexistas. Desta vez foi diferente, filha. Nesta eleição, tivemos a participação – decisiva – de duas mulheres, sendo que uma delas acabou sendo eleita. E sabe o que eu achei mais lindo? Que o fato delas serem mulheres não foi assunto. Ninguém tentou desqualificá-las – e nem qualificá-las – somente por pertencerem ao sexo feminino. Isto é um avanço e tanto, filha. Acredite em mim.

A candidata eleita não era a minha preferida. Eu poderia discorrer longamente sobre os motivos. Mas isto não importa. Devemos respeito à opinião da maioria, especialmente quando não pertencemos a ela. Agora ela é a presidente do Brasil (usar o termo presidenta também é certo, mas é feio que dói), e o que devemos fazer é torcer para que ela faça o melhor governo possível, que supere as minhas (baixas) expectativas e mostre que sim, não faz a menor diferença ser mulher ou homem no desempenho de um cargo deste porte (mas posso confessar que eu estou torcendo para ela ser uma super-presidente e provar que faz diferença, sim, e que as mulheres são demais?).

Tomara que ela consiga. Por ela, por mim e, principalmente, por você.

POR DANI, do blog Mãe Perua


Pra mim ser mãe é isso filha: vou sempre ir atrás do que acredito ser melhor para você, mas se for voto vencido, vou torcer muito para eu estar errada mesmo. Vai-se a vaidade. Fica o otimismo e a esperança de um mundo melhor pra você.

2 comentários:

ellen disse...

Convém, talvez, acrescentar que u'a mulher já havia passado pelo governo central, embora por razões de ordem sanguínea e não democrática, mas deixou uma profunda e positiva marca: a LEI ÁUREA. É. Foi nos idos do século XIX: a Princesa Izabel.

Dani disse...

Fla, eu queria ter escrito este último parágrafo que você colocou...rs...
beijo