Lembro bem, na minha infancia e adolescencia, da sensação de que as semanas demoravam séculos para passar, as férias eram uma realidade bem distante e quando chegavam eram quase eternas.
Demorava tanto pra acabar o recesso escolar que quando chegava a hora de voltar pras aulas, dava até frio na barriga. Os amiguinhos voltavam muito diferentes, sempre bem mais altos e muitas vezes até com outra fisionomia.
Aí veio a vida adulta e aconteceu uma inversão: o tempo começou a passar muito mais rápido e as mudanças ficaram bem menos frequentes.
Percebi que posso ficar meses ou até anos sem ver uma amiga que quando vejo de novo tá tudo igual. Nem parece que ficamos longe.
Percebi que ficou difícil lembrar o que aconteceu em que ano. Tudo se mistura e as vezes podem se passar alguns anos e a vida continuar meio parecida sem isso ser uma coisa frustrante.
Até que veio a Stella e essa relação com o tempo ficou escancarada. As mudanças diárias dela me fizeram valorizar cada minuto. Uma semana que as vezes passaria em branco, agora é cheia de novidades. Cada dia é uma coisa.
O tempo voltou a ser precioso. Cada piscadinha faz diferença.
Me vejo querendo que o tempo espere e não que passe e isso me faz incrivelmente feliz.
México - 1º Dia - Cidade do México
Há 2 anos
2 comentários:
Flá, é incrível como você consegue definir em palavras tantos sentimentos meus...
Adorei este texto!!! Também sinto a mesma coisa!! Foi mais uma coisa boa que a maternidade trouxe: valorizar cada segundo da vida!
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